quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sereias: mito ou facto?

Depois de ver o último filme sensação sobre piratas, não posso deixar de relembrar todos os mitos associados ao mar.
Sempre vivi deslumbrada por aventuras no mar, talvez por ter visto tantos filmes de piratas, ou por as criaturas descritas serem tão fascinantes e assustadoras: sereias, monstrengos, baleias gigantes, entre muito outros bichos estranhos e letais. - Ou talvez por Portugal sempre ter estado associado ao mar e eu passar as aulas de história a imaginar o que sentiriam todos aqueles navegadores que se aventuravam - literalmente - no desconhecido.
(O mundo tal como era há uns séculos é inconcebível para nós hoje. É como a Alegoria da Caverna de Platão: depois de vermos a luz, não podemos viver na sombra; que é como quem diz depois de se conhecer o desconhecido, desmistifica-se tudo o que lhe está associado.)
Por muito que tentemos é impossível imaginar como se sentiriam aqueles homens, lançados às feras do mar. Escutavam-se histórias e lendas sobre o mar (bem como respectivos habitantes) e a veracidade das mesmas - há alguns séculos - é bem diferente da percepção que hoje temos. Portanto, só alguém muito corajoso (ou no mínimo destemido) ou alguém sem nada a perder (ou no mínimo desesperado) se a atiraria numa aventura oceânica por tempo indeterminado, sem saber sequer se voltaria a ver ou não a pátria.
Todos estes homens, estes navegadores desconhecidos, foram a força impulsionadora de Portugal. (Às vezes questiono-me onde estarão eles agora?)
Muitos deles ainda repousam hoje no fundo do mar, entre todos os mitos que se ouviam contar. Morreram pela descoberta, pelo deslumbramento face a um mundo desconhecido, pela coragem face a mil perigos, por um futuro radioso para Portugal, por Portugal, em suma, por todos os portugueses no mundo.
De todos essas lendas, as sereias eram quem provocava mais fascínio e temor, por viverem entre a realidade e o mito, a lucidez e a loucura. A própria fisionomia das ditas estava suspensa entre o terrestre e o marítimo. Acho que seriam como miragens, quando os marinheiros estavam tão fatigados, tão longe da pátria, que achavam que não voltariam mais. Aquelas vozes e figuras femininas eram tão paradisíacas como familiares, uma espécie de regresso a casa. E essa era a última imagem e som que eles queriam levar deste mundo.

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