quinta-feira, 16 de junho de 2011

Era uma vez uma terra

Primeiro era uma terra de ruído:
Uma terra de pouco mais de 50km de comprimento, cuja a língua oficial era rica, mas as gentes insistiam em falar um estranho dialecto, que nem mesmo entre si se entendiam.
Uma terra onde o vento soprava com força diariamente e, mesmo assim, deixariam desactivar as poucas centrais eólicas que possuíam, por falta de investimento e mão de obra especializada.
Uma terra onde não havia frontalidade e coragem para dizer um “não” ou um “não sei” e assim sucediam-se os mal entendidos e esperas inúteis.
Uma terra onde a palavra “horário” tinha entendimentos tão diferentes como o número de seres que a habitavam.
Uma terra em que aparentemente, não havia capacidade para atender o público com um sorriso.
Uma terra onde parecia não haver vontade de aprender e evoluir.
Depois, houve quem conseguisse ver essa terra com outros olhos:
Um dialecto quase tão rico como a língua oficial, mas que tinha ainda um longo caminho a percorrer, como o têm todos os idiomas.
Um vento e sol que seriam devidamente aproveitados, logo que fossem reunidos apoios e condições para tal.
Uma terra onde “horário” era ser prisioneiro e a maior liberdade é não ser escravo do tempo.
Uma terra de sorrisos escondidos pela timidez.
Uma terra onde o ritmo de vida era incompreendido por gentes que vinham do frenesim.
Uma terra de luz, claridade e brilho.
Uma terra de música, sons e misticismo.
Uma terra de poesia e palavras melodiosas.
Uma terra onde se escutavam as vozes das crianças, ao longe, todos os dias, a todos os momentos; vozes com “riso de vida”, como escreveu Vasco Martins.
Uma terra onde se escutava a mãe terra, em todo o seu esplendor.

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