terça-feira, 19 de julho de 2011

O Regresso

Quando embarquei nesta experiência não sabia o que me esperava.
Depois da primeira semana em Cabo Verde nunca pensei que me custasse tanto regressar à tugalândia.
Sinto agora falta daquilo a que chamava poluição sonora. Por cá, o silêncio apodera-se de tudo. Não se ouvem discotecas ambulantes a passar, nem alarmes a disparar, nem carros a buzinar, nem crianças a gritar, nem pessoas a falar.
Despertar na escuridão, sem a força da luz matinal a entrar pela janela foi estranho.
Para me receber o meu querido Porto brindou-me com a sua adorável chuvinha. Não posso dizer que tenha ficado triste (visto que já não via chover há seis meses) e este tempo ajudou a sentir-me em casa (pois esteve assim nos dias antes da partida).
O calor também parece ter ficado por lá. Para além da chuva, está invulgarmente frio para a época, sobretudo à noite (voltar a dormir de cobertor é esquisito).
E, acima de tudo, a luz é diferente. Independentemente da chuva (ontem o tempo estava melhorzinho), a luz daqui é mais baça, mais sombria, menos intensa, menos gloriosa.
Apesar de tudo, é uma sensação agridoce: também é bom estar de volta.
A nostalgia esvair-se-á lentamente com novos projectos, novas vivências, novo movimento e, com a certeza, de que há coisas que ficam. 

3 comentários:

  1. Engraçado eu acho a luz aqui mais ampla, mais intensa, o verde mais vivo e a lua imensamente maior. Será que o deslumbramento do viajante enfeitiça nossos olhos ?!

    É bom tê-la de volta, seja bem vinda!!!
    PS. Gosto da nova parte superior do template, nova tipografia e havaianas!

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  2. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. O truque é viver onde estamos e não onde estivemos!
    Beijos!!

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