segunda-feira, 11 de abril de 2011

Rabelados

Nos anos 40 do século passado, a Igreja Católica enviou para Cabo Verde Padres para substituir os párocos locais. Tentaram introduzir alterações na celebração das missas e nos costumes religiosos, sobretudo no método de ensino da religião.
Algumas pessoas rebelaram-se contra as alterações, passando a ser conhecidos em crioulo como Rabelados.
Os Rabelados exerciam sem segredo as antigas tradições e aquilo em que acreditavam, tendo por essa razão sido perseguidos e ridicularizados pela sociedade. Alguns chegaram a ser detidos.
Obrigados a fugir e agruparem-se para sobreviver, os Rabelados procuraram abrigo nas zonas montanhosas e de difícil acesso, nomeadamente no interior da ilha de Santiago no Tarrafal e em Santa Cruz. Preservam assim, ainda hoje, a cultura e fé.
A maior comunidade vive em Espinho Branco.
Dedicam-se principalmente à agricultura, à pesca e ao artesanato. A comunidade é composta por cerca de 2000 pessoas.
Existe também um movimento artístico, designado Rabelarte, composto por trabalhos coloridos, desde pintura a escultura, que exprimem o quotidiano, a cultura e a fé da comunidade. Estes trabalhos são essencialmente elaborados pelos jovens da comunidade, bem como pelo seu líder, o afável Tchetcho.
Vivem em casas de sisal e madeira, perfeitamente organizadas e asseadas.
Pessoas com uma enorme educação e civismo, acolhem quem os visita com um sorriso largo e um olhar sincero.





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