quinta-feira, 21 de abril de 2011

Diário de Bordo: Tiques

Todos temos tiques. - Há aliás uma passagem em Casino Royale, na qual Bond refere a inevitabilidade dos tiques. - Pequenos hábitos ou manias que se criaram e se foram enraizando nas nossas vidas. Ora morder o lábio ou roer as unhas. Ora entrelaçar o cabelo ou coçar o queixo.
É interessante porque quando se convive durante muito tempo com as mesmas pessoas sabe-se exactamente quais os seus hábitos e tiques.
Recordo-me perfeitamente de todos os tiques do meu pai e sei que herdei um ou dois.
Hoje reparei como já sei o que algumas pessoas com quem convivo bastante vão fazer ou dizer. (Um tique também pode ser uma expressão oral.) É engraçado quase prever o que vem a seguir.
Um interessante exercício no qual participei com um determinado grupo de convívio, foi imitar as expressões ou tiques que caracterizavam cada pessoa até que as restantes se apercebessem de quem se tratava.
Curiosamente, por vezes nem a própria pessoa se reconhecia nos seus gestos ou expressões.
É algo que faz tão parte de nós, está tão intrínseco, que se torna difícil reconhece-lo quando o vemos representado.
São estas pequenas coisas que captamos num convívio prolongado que nos fazem gostar cada vez mais de alguém ou ficar cada vez mais irritados com as pessoas com quem convivemos.
É como se aquela pequena parte mais do que ser uma extensão de alguém, se tornasse esse alguém.

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