quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Latinha Azul

Há pessoas que são viciadas em cremes. (Em tempos teria escrito “ há mulheres que são viciadas em cremes”, mas como Camões escreveu e bem: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e mudam-se as prioridades. Por isso digo “as pessoas”).
Eu sou uma dessas pessoas. Adoro as texturas, os aromas, a maneira como deslizam na pele... É como se aquele frasquinho ou boião guardasse um pequeno pedacinho de paraíso.
Existem cremes de todos os tipos e para todos os efeitos.
Temos os imprescindíveis cremes de olhos, que deixam a zona ocular que nem veludo.
Temos o nosso grande amigo creme da cara, que pode ser variado consoante o tipo de pele, as necessidades da mesma e a época em que o aplicamos.
Temos o (muitas vezes esquecido) creme das mãos, que para além de hidratar a zona mais exposta e sofredora de todo o corpo, protege-a e regenera-a das agressões externas.
E temos os inestimáveis cremes do corpo, que se podem dividir em várias categorias e que prometem resolver várias maleitas. Dentro desta secção, temos os cremes de pés, cuja principal função é refrescar e hidratar de forma profunda o nosso suporte diário.
Um estudo científico recente comprovou que a maioria dos cremes de corpo específicos não apresentam qualquer tipo de resultado especial relativamente a um creme comum, ou seja, um creme de (por exemplo) estrias tem tanto efeito como aplicar um creme de hidratação comum na área em questão. Tal como um creme refirmante tem tanto efeito como um creme hidratante aplicado diariamente na zona específica. Este estudo comprova que muitos destes cremes não passam de gigantescas campanhas de marketing, que nos obrigam a sentir a necessidade de ter um creme específico para cada maleita.
O poder dos cremes é inegável. Uma pele em que é aplicado um bom creme diariamente é visivelmente diferente duma pele esquecida no dia-a-dia. No entanto, um creme para cada situação específica do corpo é desnecessário.
Creio que, tantos anos depois, o melhor creme do mundo continua a ser o Nívea clássico. Só o cheirinho transporta-nos automaticamente para a infância, em que éramos besuntados de Nívea pela mamã, sobretudo em dias de praia.
Há quem tenha uma pele de cara incrível, cujo único segredo passa pela latinha azul. Talvez, quem viva muito ao ar livre, consiga usar este creme tão gorduroso na cara, mas nos dias que correm é cada vez menos adequado, pois as necessidades da pele são outras. É um creme, sobretudo, óptimo para os pés, deixando-os profundamente hidratados e macios.
Para o resto do corpo há sempre o par da latinha azul: a latinha branca do Nívea Soft. Igualmente rico, mas não gorduroso, (se o que as recentes pesquisas demonstraram for verdadeiro) é tão bom como qualquer outro creme específico de marca sofisticada e preço bastante mais elevado. Claro que a variedade de outros cremes é enorme, sendo os mesmos aliciantes através de embalagens cada vez mais apelativas e cheiros que abrangem todo o tipo de aromas.
Já na cara e olhos a história é outra. Aqui, está provado que para cada tipo de pele, ou para cada estado de pele: existe uma solução própria. Nem sempre é fácil de encontrar, especialmente porque a pele vai-se alterando e sofrendo mutações ao longo da época do ano e ao longo de cada ciclo de vida. Para além disso, está bastante exposta e é extremamente frágil, em particular na finíssima zona que rodeia os olhos.
O hidratante diário é – mesmo - fundamental: é a barreira que ajuda à protecção da pele. Há produtos de elevada qualidade a preços acessíveis, mas também há cremes com propriedades de substâncias raríssimas que o encarecem grandemente. O efectivo resultado das ditas substâncias há quem garanta que se vê e que é o melhor aliado para combater os factores externos inimigos da pele: como estilo de vida, alimentação ou stress.
Relativamente aos olhos a diferença entre usar um bom creme ou não é abismal. Um bom creme hidrata a pele deixando-a com uma enorme suavidade. Mal se começa a usar, sente-se a diferença de imediato e desse dia em diante dificilmente se consegue não aplicar o protector diário. Nota-se – nitidamente – o aspecto melhorado da pele naaquela que é a par da boca uma das zonas mais afectadas da cara pelo stress e a poluição.
Podia passar todo o dia a falar de cremes, cremes e mais cremes.
Mas com tanto creme, de facto, não há nada como a (milagrosa) latinha azul e o seu agradável aroma de infância.

Um comentário:

  1. Não tenho grande experiência em cremes para o corpo, raramente os uso. Confesso que tenho bastante preguiça para esse tipo de cuidados. O creme que utilizo frequentemente é o protector solar na cara, mas ultimamente até isso tem falhado. No Inverno não posso passar sem creme das mãos, por isso utilizo neutrogena que é bastante rápido a fazer efeito.

    Mas tens razão naquilo que dizes, sem dúvida os cremes deixam a pele com um aspecto muito mais saudável e são essenciais no nosso dia-a-dia, tanto para mulheres como para os homens.

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