quarta-feira, 14 de julho de 2010

Viajar Sempre

Há dias falei sobre a forma de viajar sem sair do sítio, a forma de viajar sem nos mexermos, a forma de viajar só com o movimento dos olhos: os livros! O som também nos leva a viajar! A força da música, tal como os livros assemelha-se a uma grande viagem. Mas hoje vou falar sobre viagens. Viagens verdadeiras. Aquelas em que fazemos mala e partimos rumo ao horizonte. Vou falar sobre sair da nossa querida pátria e partir à aventura, na descoberta duma nova cultura, dum novo país, duma nova cidade…
Poucas coisas conseguem ser tão enriquecedoras num espaço de tempo tão pequeno como uma viagem. É como se em meia dúzia de dias crescêssemos imenso até nos sentirmos gigantes. Nessa meia dúzia de dias tudo é novidade. Tudo nos fascina. Tudo entra pelos nossos olhos como se nunca tivéssemos observado antes. Tudo é absorvido como se não houvesse amanhã. Uma simples praça, uma singela fonte ou uma banal esplanada tornam-se algo excepcional quando andamos a viajar. Uma paisagem diferente, um ambiente novo, hábitos estranhos, tudo isto nos faz sentir como uma criança num parque de diversões.
Uma viagem é feita de descobertas. De prazeres. Uma viagem é vivida da mesma maneira que deveríamos viver o dia-a-dia. Sabemos que vai passar e sabemos que para desfrutar temos de levar um dia de cada vez sem pressa de viver mas com uma fúria de tirar proveito de cada dia como se fosse o último, na iminência da despedida de tudo o que é novo e foi nosso por momentos, daquela que foi a nossa casa durante a tal meia dúzia de dias.
Sophia de Mello Breyner resumiu numa simples frase o que é isto de viajar: “Viajar é olhar.”
Qualquer viagem é um meio de conhecermos o mundo que nos rodeia, de percebermos o quão vasto e variado é o mundo em que vivemos. E é nessa interacção com o mundo, nesse reflexo espelhado, que a viagem se torna uma jornada ao interior de nós próprios, aos esconderijos mais recônditos do nosso ser.
As viagens abrem-nos os horizontes. Despem-nos de preconceitos e libertam-nos de fronteiras. Fazem-nos perceber que as únicas fronteiras somos nós próprios e os únicos aduaneiros somos nós também.
As viagens fazem-nos valorizar o nosso lar, a nossa pátria, o lugar onde nos sentimos em casa. Fazem-nos ter a certeza de que “Home is where the heart is.”.

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