quarta-feira, 21 de julho de 2010

Into The Wild

Ora aqui está mais uma obra-prima cinematográfica!
Porquê? Uma realização impecável. Um protagonista perfeito. Uma história comovente e selvagem, tão real como a vida. Uma jornada incrivelmente corajosa e imprevisível. A melhor banda-sonora de sempre!
A todas estas maiores valias acrescente-se o facto do filme ser baseado na história verídica de Christopher McCandless que em 1990 enveredou numa apaixonante jornada que o filme tenta reproduzir.
Há pessoas que marcam a vida de quem encontram. Há pessoas que têm uma sede de viver incrivelmente inspiradora. Há pessoas que sendo socialmente afáveis e de fácil convívio possuem uma natureza íntima solitária e uma tristeza intrínseca aparentemente inexplicável que possivelmente advirá da certeza de que tudo é incerto excepto a efemeridade de tudo.
Este filme é absolutamente imprescindível na bagagem de qualquer cinéfilo. Eu diria até que é imprescindível na bagagem de qualquer ser humano.
Inspirador nas imagens, nos diálogos, em todos os momentos. É um filme maior do que a própria vida!

Christopher McCandless (1968 - 1992)

3 comentários:

  1. Bom, serei eu a estrear esta ala em silêncio.

    do filme, e agora que viro para "life in the woods" enquanto me assalta, a espaços, o naturalismo esotérico de Blake, regresso aquilo que dizias na noite em que conversamos: o isolamento, a desistência do outro...

    não sei, se calhar nonguém saberá exactamente o que invadiu o pensamento de McCandless, mas este afastmento, para lá de uma estrutural coragem, ou liberdade, parece mordido por algum cinismo.. pelo Outro.

    Sabes, sim deves saber bem, que tantas vezes o inferno são os outros, mas para mim, para lá do fsacínio da paz na natureza sem gente sentada ao pé de mim, como escrevia o Poeta, o melhor do mundo é a gente.

    e assusta-me o cinismo, especialmente o meu.

    para lá da estética do filme, como te dizia, encontrava-me mais perto do filme antes de o ver, do que no momento em que o parei...

    recordo-me sempre daquela passagem do Régio: "quem desespera dos outros, e se a alma não lhe secou, a tudo transfere a esperança que a humanidade frustrou. e é capaz de amar as plantas, e de esperar dos animais, e ter criançices tais, tais e tantas, que seria bom ter pudor em as contar seja a quem for..."

    na maior beleza que já visitei ou me visitava, partilhava-a. por vezes não sabia onde me separava.

    beijo

    ResponderExcluir
  2. hummm, 20 erros e palavras omissas...
    é falta de sono, e pior, algo mais estrutural em mim: não olhar para trás.

    ResponderExcluir
  3. Acho que ninguém reparou nos erros, perante um texto tão poderoso.
    Talvez não seja cinismo pelo Outro, mas por nós mesmos. Primeiro temos de nos encontrar a nós para podermos verdadeiramente encontrar o Outro.
    E creio que só valorizamos o Outro quando nos afastamos tempo suficiente para perceber que o Outro é essencial, por muito que o queiramos negar.
    As palavras de Régio são de uma sensibilidade imensa. São as coisas que nos restam quando não temos para onde nos virar, os seres que nos deixam sentir o que queremos, sem nada nos exigir e sem nós deles nada esperarmos.

    ResponderExcluir