Ora aqui está mais uma obra-prima cinematográfica!
Porquê? Uma realização impecável. Um protagonista perfeito. Uma história comovente e selvagem, tão real como a vida. Uma jornada incrivelmente corajosa e imprevisível. A melhor banda-sonora de sempre!
A todas estas maiores valias acrescente-se o facto do filme ser baseado na história verídica de Christopher McCandless que em 1990 enveredou numa apaixonante jornada que o filme tenta reproduzir.
Há pessoas que marcam a vida de quem encontram. Há pessoas que têm uma sede de viver incrivelmente inspiradora. Há pessoas que sendo socialmente afáveis e de fácil convívio possuem uma natureza íntima solitária e uma tristeza intrínseca aparentemente inexplicável que possivelmente advirá da certeza de que tudo é incerto excepto a efemeridade de tudo.
Este filme é absolutamente imprescindível na bagagem de qualquer cinéfilo. Eu diria até que é imprescindível na bagagem de qualquer ser humano.
Inspirador nas imagens, nos diálogos, em todos os momentos. É um filme maior do que a própria vida!
Christopher McCandless (1968 - 1992)
Bom, serei eu a estrear esta ala em silêncio.
ResponderExcluirdo filme, e agora que viro para "life in the woods" enquanto me assalta, a espaços, o naturalismo esotérico de Blake, regresso aquilo que dizias na noite em que conversamos: o isolamento, a desistência do outro...
não sei, se calhar nonguém saberá exactamente o que invadiu o pensamento de McCandless, mas este afastmento, para lá de uma estrutural coragem, ou liberdade, parece mordido por algum cinismo.. pelo Outro.
Sabes, sim deves saber bem, que tantas vezes o inferno são os outros, mas para mim, para lá do fsacínio da paz na natureza sem gente sentada ao pé de mim, como escrevia o Poeta, o melhor do mundo é a gente.
e assusta-me o cinismo, especialmente o meu.
para lá da estética do filme, como te dizia, encontrava-me mais perto do filme antes de o ver, do que no momento em que o parei...
recordo-me sempre daquela passagem do Régio: "quem desespera dos outros, e se a alma não lhe secou, a tudo transfere a esperança que a humanidade frustrou. e é capaz de amar as plantas, e de esperar dos animais, e ter criançices tais, tais e tantas, que seria bom ter pudor em as contar seja a quem for..."
na maior beleza que já visitei ou me visitava, partilhava-a. por vezes não sabia onde me separava.
beijo
hummm, 20 erros e palavras omissas...
ResponderExcluiré falta de sono, e pior, algo mais estrutural em mim: não olhar para trás.
Acho que ninguém reparou nos erros, perante um texto tão poderoso.
ResponderExcluirTalvez não seja cinismo pelo Outro, mas por nós mesmos. Primeiro temos de nos encontrar a nós para podermos verdadeiramente encontrar o Outro.
E creio que só valorizamos o Outro quando nos afastamos tempo suficiente para perceber que o Outro é essencial, por muito que o queiramos negar.
As palavras de Régio são de uma sensibilidade imensa. São as coisas que nos restam quando não temos para onde nos virar, os seres que nos deixam sentir o que queremos, sem nada nos exigir e sem nós deles nada esperarmos.