É raro os filmes de acção terem verdadeiro conteúdo ou serem marcantes. Claro que há sempre uma ou outra cena ou uma ou outra expressão (“Iupicaiei mother fucker!”) dos quais nos recordamos, mas não o filme ou o enredo como um todo.
Casino Royale é a meu ver um dos so called action movies que nitidamente se destaca. As aventuras dum agente especial designado 007 apaixonaram plateias ao longo de diversas décadas, mas nunca a saga teve um filme tão marcante, completo e explicativo como este.
Casino Royale mostra-nos a transformação em 007 e a consequente evolução da personagem até se tornar o Bond que conhecemos. Mostra-nos o processo de auto-conhecimento da personagem. Processo esse que se chama de vida e que, por essa razão, torna esta personagem tão mais próxima da realidade do que qualquer um dos outros Bond.
As sequências de acção deste filme são alucinantes. Repare-se que Bond é completamente esmurrado. Cai e magoa-se. Aparece com arranhões e visivelmente estafado. Os actos sucedem-se a um ritmo vertiginoso. Chamo particular atenção para a interminável perseguição inicial.
Os diálogos são desafiantes. Bond é duro, mas sensível. Presunçoso, mas generoso. Afectado, mas divertido. Nunca uma conversa num comboio foi tão envolvente ou uma tentativa de pacificação após um determinado momento traumatizante foi tão terna e sensual.
O desenrolar do todo é cativante. A acção desenvolve-se num crescendo até que é atingido um final tragicamente apocalíptico no universo da personagem, que mudará Bond para sempre.
A banda-sonora acompanha todo o alucinante ritmo da trama, sendo suave nos momentos íntimos e carregada nas cenas de acção.
Por todas estas razões este é a meu ver um daqueles filmes imperdíveis e talvez um dos melhores filmes de acção de sempre.
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