Num lugar solarengo -
Que escalda -
Ela também existe,
Ateando com ardor
Tudo o que toca,
Até as chamas se propagarem.
Talvez mais disfarçada
Ou até mesmo escondida,
Mas sempre presente.
É comum a homens e deuses:
Ninguém lhe escapa,
Pois assalta os desprevenidos
Nos momentos de lucidez.
O sossego do olhar
Contempla a admiração
De quem passa pela estrada
E se perde na canção,
Que atravessa as paredes da casa.
Num colorido vibrante -
Que desperta a atenção
De quem segue na calçada -
Está viva a memória
Do herói dum povo forte,
Que lutou até à morte
Pelo seu nobre ideal.
A placidez da paisagem
Traz à memória aventuras
De histórias passadas
No azul ondulante,
Onde se quedam navios
Encalhados pelo destino,
Condenados a permanência forçada
Numa terra de vento,
Na cidade que dá nome
À menina do mar.
Meninos de terra
Meninos de vento
Meninos feitos de força -
Aquela força de quem não conhece o amanhã.
O engenho nasceu da necessidade
E a cada novo querer,
Há mil portas que se abrem na mente
E olhos que vêem o mundo duma nova maneira -
Aquela maneira que é servente dos propósitos da vontade.
Meninos feitos de força -
Aquela força de quem sabe viver com pouco,
Porque para viver basta
A liberdade na mão
E o sorriso no olhar.
Quem manda é ela,
Neste vale limpo
Em que invade a terra.
Apenas ela decide
Se dá luz a estes seres
Ou os deixa secar em pavor.
Ela é escassa e vadia:
Nem sempre aparece
Quando a chamam;
Define a rota
Que decide tomar,
Alheia a tudo o que atravessa.
Mas espelha em si
Cada testemunha
Que a vê passar.
Fotografia: Vanda Marques
Texto: Natália Costa
Muito bonito! =) Parabéns e beijinhos para as duas!
ResponderExcluirQueremos ver isto digitalizado :)
ResponderExcluirParabéns!