domingo, 7 de novembro de 2010

The People vs Larry Flynt

Na sequência dum triste episódio, ocorrido na passada semana, na cidade do Porto, venho por este meio falar-vos dum filme marcante: The People vs Larry Flynt.
Larry Flynt (como o próprio nome indica para os conhecedores do género) trata-se dum filme sobre a vida dum homem que revolucionou o meio pornográfico, ao criar uma das publicações mais controversas de sempre, a mítica revista Hustler. Para além disso, contribuiu para o género, com diversas publicações e vídeos produzidos.
Este filme retrata uma das muitas batalhas legais na qual Flynt se viu envolvido, devido ao conteúdo das suas produções.
Há duas cenas desta película que me ficaram na memória de forma marcante:
- A sequência em que Flynt (interpretado por Woody Harrelson) refere, numa palestra, o que é mais intolerável, o que é mais nojento: a guerra ou o sexo? Ao longo do seu discurso, vai exibindo alternadamente imagens duma violência arrasadora e imagens de sexo explícito. Alternando imagens de fome, desolação, mutilação e morte com imagens de desejo, prazer e fornicação, como lhes chama.
- A sequência em que o advogado de defesa (interpretado por Edward Norton), nas alegações finais, refere que o que está em discussão não é se se gosta ou não do teor das publicações, mas sim da liberdade, da inegável liberdade, que todos (como cidadãos) temos de ter de entrar numa loja e escolher não comprar aquelas publicações. Essa é uma liberdade inegável. Tal como é inegável o direito à liberdade de quem a quer produzir. Uma sociedade livre tem de ser tolerante para com todos:



Um filme apaixonante sobre um lutador, que não desiste do seu direito a ser livre. Não desiste de lutar, mesmo depois de ter sido brutalmente baleado e ficar parcialmente paralisado, com insuportáveis e constantes dores na coluna.
Livre de publicar o que quer. Livre de vender o que quer. Livre de trabalhar na indústria que mais lhe agrada. Livre das intolerâncias duma moral podre e estéril. Livre de ser aquilo em que acredita.



"Não fomos postos neste mundo para julgar seja quem for." Oscar Wilde

2 comentários:

  1. Se estás a referir ao que sucedeu na rua santa catarina, para uma pessoa ser respeitada tem de ser dar ao respeito...se o pessoal beber água e não se andar praí a drogar, se calhar dá-se mais ao respeito e não faz figuras tristes...

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  2. Ó OléOlá:

    Apesar de pessoalmente pensar que há uma altura em que os tolerantes não podem tolerar a intolerância, acho que o que se passou no Porto foi um linchamento publico que só pode e deve ser reprovado. A dada altura já havia luta com vidros!!! Mas agora a Rua Santa Catarina passou de bordel para clube de combate????
    Com isto não digo que os dois porcos badalhocos são inocentes. Mas as prisões existem para alguma coisa, talvez para evitar... justiça popular!
    Mas este post é sobre o Larry Flint e o seu filme e quanto a isso, a citação deve ser um principio de vida.

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