quarta-feira, 10 de novembro de 2010

127 Hours

Um dia destes, um grande amigo, contou-me uma história inspiradora:
127 é o número de horas que Aron Ralston esteve preso numa montanha, após a queda duma pedra sobre o seu braço direito, enquanto praticava escalada.
Há, para mim, uma certa similaridade entre esta história e a de Christopher McCandless. Ambos são (de certa forma) heróis solitários.
Ralston é orador motivacional e alpinista licenciado em Engenharia Mecânica, com paixão por desporto e aventura. Tem por hábito embarcar em arriscadas viagens radicais pela natureza.
Em 2003, enquanto escalava Blue John Canyon (estado de Utah nos Estados Unidos) uma pedra soltou-se, atingindo o seu braço direito, prendendo-o contra o Canyon.
Como era habitual, Ralston partia sozinho à aventura, sem avisar ninguém do local onde se encontrava e das suas intenções, por isso sabia que ninguém iria socorrê-lo.
Preso nesta situação, assumiu que iria morrer e passou os cinco dias seguintes a poupar ao máximo a pequena quantidade de água que tinha consigo, enquanto tentava soltar o braço.
Quando a água terminou, começou a beber a sua própria urina e gravou o seu nome na rocha, data de nascimento e data de morte (presumível). Depois, gravou as suas despedidas para a família com a câmara de vídeo.
Ao fim de tanto tempo ali preso, Ralston partiu o que restava do braço, de modo a conseguir amputá-lo com a sua ferramenta multi-usos (uma espécie de canivete suíço). Depois de – finalmente – se conseguir libertar, ainda estava a cerca de 12kms da sua carrinha e não tinha telemóvel.
Teve de sair do Canyon sob a luz forte do pico do dia. Encontrou uma família que lhe deu água e duas Oreo. A família alertou as autoridades, sendo que foi apanhado por um helicóptero de patrulha.
Os restos do braço foram retirados de debaixo da pedra e cremados. Ralston espalhou as cinzas pelo local.
A viagem que o filme 127 Hours retrata, aborda todo esse dramático momento, interpretado por James Franco e chegará ainda este ano, às salas de cinema mundiais.
O mais inspirador desta história é que Ralston nunca desistiu de lutar. Para além do episódio que quase lhe tirou a vida, as explorações continuam. Inclusivamente, aplicou um braço metálico de modo a poder continuar a fazer aquilo que mais adora. E, acima de tudo, brinca com toda a situação – rir: provavelmente a mais importante capacidade do mundo.
É um filme promissor.

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