segunda-feira, 26 de setembro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Infinity In The Palm Of The Hand
"To see a World in a Grain of Sand And a Heaven in a Wild Flower, Hold Infinity in the palm of your hand And Eternity in an hour. A Robin Redbreast in a Cage Puts all Heaven in a Rage. A dove house fill’d with doves and pigeons Shudders Hell thro’ all its regions. A Dog starv’d at his Master’s Gate Predicts the ruin of the State. A Horse misus’d upon the Road Calls to Heaven for Human blood. Each outcry of the hunted Hare A fiber from the Brain does tear. He who shall train the Horse to War Shall never pass the Polar Bar. The Beggar’s Dog and Widow’s Cat, Feed them and thou wilt grow fat. The Gnat that sings his Summer song Poison gets from Slander’s tongue. The poison of the Snake and Newt Is the sweat of Envy’s Foot. A truth that’s told with bad intent Beats all the Lies you can invent. It is right it should be so; Man was made for Joy and Woe; And when this we rightly know Thro’ the World we safely go. Every Night and every Morn Some to Misery are Born. Every Morn and every Night Some are Born to sweet delight. Some are Born to sweet delight, Some are Born to Endless Night. "
William Blake
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Chinela em Leitura
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Beauty And The Beast
Um dos melhores filmes de animação de sempre. Aquele que é a par de Aladdin o filme que marcou a minha infância.
Este é não só um dos trabalhos mais bem conseguidos da Disney, como uma das mais belas histórias de todos os tempos.
Qualquer criança que veja este filme irá apaixonar-se pelas músicas e imagens que povoam esta obra-prima. Paixão essa que permanecerá muito para além da infância.
A vida que todos os objectos do castelo encantado ganham é uma delícia para os sentidos e à medida que vamos descobrindo aquele que se esconde por trás da figura de monstro vamos compreendendo que as aparências iludem e muito (contrate esse perfeito com a personagem de Gaston).
Bela é uma das primeiras personagens femininas cheias de força e personalidade (ponto esse que se veio a acentuar anos mais tarde com personagens como Mulan, com o filme do mesmo nome, ou Tiana do The Princess And The Frog).
Quer pela lição de vida, quer pela magia do filme, quer pela refrescante abordagem à protagonista feminina, trata-se dum filme imperdível para pessoas de todas as idades.
Deixo-vos a mais fantástica sequência do filme (que vi vezes e vezes sem conta - tantas que ainda hoje a minha mãe se recorda desta música): o jantar de Bela, em que Lumière faz as honras da casa num faustoso e delirante momento dançante:
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Chinela no Cinema
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Gostava De Saber
Gostava de saber porquê que deixámos o Sr. Sócrates sair calmamente, como se não tivesse contas para pagar.
Gostava de saber porquê que deixamos o Sr. Jardim fazer o que lhe apetece sem prestar contas a ninguém.
Gostava de saber porquê que não punimos civil e criminalmente estes e tantos outros senhores que andam a esmifrar o que resta de nós.
Gostava de saber porquê que teremos de pagar contas que não são nossas.
Gostava de saber porquê que o público vai pagar contas que são privadas.
Gostava de saber porquê que toleramos o intolerável.
Gostava de saber quando faremos nossa a frase de Luther King: “Ninguém nos pisará se não dobrarmos as costas.”
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Chinela a Divagar
You Do Something To Me
"After silence, that which comes nearest to expressing the inexpressible is music. "
Aldous Huxley
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Chinela Musical
Midnight In Paris
Volta e meia Allen surpreende-nos com um filme duma categoria extraordinária.
À semelhança de Match Point, pode-se dizer que Midnight In Paris é um desses, que ao fugir ao habitual registo, se torna uma lufada de ar fresco.
A base Woodiana permanece, mas a magia da história transporta-nos para outra época, em que vamos descobrir um pouco mais sobre o amor, a vida, a arte e, no fundo, sobre nós próprios.
O filme vai sendo atravessado pelos mais lendários personagens (desde Hemingway a Dali), ao som da magnífica música de Porter (com os espantosos You Do Something To Me ou Let’s Do It), no seio da encantadora Cidade Luz.
O imaginário é frequentemente povoado por outros locais e outros tempos, quando na verdade, o presente é ele próprio uma dádiva, se decidirmos olhar a chuva com a perseverança de quem ama.
Deveríamos considerar seriamente investir em Allen para filmar as nossas deliciosas cidades, de modo a eternizar Portugal e utilizar esta gigantesca máquina de marketing.
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Chinela no Cinema
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
domingo, 18 de setembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
All This Time
All this time: um dos melhores álbuns de sempre, musicas incríveis de momentos memoráveis.
All this time still in my ears...
All this time still in my ears...
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Chinela Musical
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
A Nossa Marca
Portugal já teve melhores dias, como parecem dizê-lo os noticiários diários. Cada nova notícia é quase uma certeza que os gloriosos anos dourados de Portugal estão há muito idos.
Este ano, como alguns sabem, estive a fazer uma viagem pela Ásia e, por muito que me custe admitir (não sou particularmente fã do designado desporto rei) Portugal é conhecido pelos nomes que pululam o futebol. Refiro-me concretamente a Cristiano Ronaldo e José Mourinho. Em países como India, Tailândia, Cambodja e Vietname, muitas das pessoas que se cruzaram no meu caminho e consequentemente colocavam a pergunta da praxe: “Where are you from?”, reconheciam o nome Portugal como o país destas estrelas desportivas internacionais.
De facto, é de louvar uma arte que consegue alcançar culturas tão diversas e tão distantes geograficamente. Dir-me-ão que hoje está tudo à distância dum click (como aliás já o referi anteriormente) e que a distância geográfica não é relevante. Embora uma parte da afirmação seja verdadeira, quando se viaja para o outro lado do mundo, percebemos que não é bem assim.
Por essa razão é admirável a capacidade que o futebol tem de levar a nossa cultura até povos tão diferentes e distantes de nós.
A música, tal como o futebol, contribui um pouco para a nossa marca no mundo.
Adorava que um dia também o cinema e a literatura conseguissem chegar a tantas e tantas pessoas que reconhecessem de imediato Portugal como a terra de Pessoa, Camões, Lobo Antunes ou Saramago. (Aconteceu-me um episódio brilhante em Nova Iorque, quando identificaram o meu país como o berço de Saramago, situação essa que muito orgulhosa me deixou.) Espero que venham muitas mais assim.
Portugal é um país magnífico, cheio de potencial. Estamos a atravessar uma fase difícil, mas não é a primeira e certamente não será a última. Sempre nos mantivemos fortes ao longo de séculos de existência e somos os melhores em muitos campos, nomeadamente a nível científico e tecnológico. Acho sinceramente que deveríamos ser bombardeados com notícias do tipo “Sabia que…” com todas as novidades boas do nosso querido país, em todo o lado: televisão, rádio, imprensa, transportes públicos. Porque a atitude que mantivermos é crucial para alcançar o rumo.
Este ano, como alguns sabem, estive a fazer uma viagem pela Ásia e, por muito que me custe admitir (não sou particularmente fã do designado desporto rei) Portugal é conhecido pelos nomes que pululam o futebol. Refiro-me concretamente a Cristiano Ronaldo e José Mourinho. Em países como India, Tailândia, Cambodja e Vietname, muitas das pessoas que se cruzaram no meu caminho e consequentemente colocavam a pergunta da praxe: “Where are you from?”, reconheciam o nome Portugal como o país destas estrelas desportivas internacionais.
De facto, é de louvar uma arte que consegue alcançar culturas tão diversas e tão distantes geograficamente. Dir-me-ão que hoje está tudo à distância dum click (como aliás já o referi anteriormente) e que a distância geográfica não é relevante. Embora uma parte da afirmação seja verdadeira, quando se viaja para o outro lado do mundo, percebemos que não é bem assim.
Por essa razão é admirável a capacidade que o futebol tem de levar a nossa cultura até povos tão diferentes e distantes de nós.
A música, tal como o futebol, contribui um pouco para a nossa marca no mundo.
Adorava que um dia também o cinema e a literatura conseguissem chegar a tantas e tantas pessoas que reconhecessem de imediato Portugal como a terra de Pessoa, Camões, Lobo Antunes ou Saramago. (Aconteceu-me um episódio brilhante em Nova Iorque, quando identificaram o meu país como o berço de Saramago, situação essa que muito orgulhosa me deixou.) Espero que venham muitas mais assim.
Portugal é um país magnífico, cheio de potencial. Estamos a atravessar uma fase difícil, mas não é a primeira e certamente não será a última. Sempre nos mantivemos fortes ao longo de séculos de existência e somos os melhores em muitos campos, nomeadamente a nível científico e tecnológico. Acho sinceramente que deveríamos ser bombardeados com notícias do tipo “Sabia que…” com todas as novidades boas do nosso querido país, em todo o lado: televisão, rádio, imprensa, transportes públicos. Porque a atitude que mantivermos é crucial para alcançar o rumo.
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Chinela Portuguesa
sábado, 10 de setembro de 2011
One Day
Lone Scherfig, a mesma realizadora que nos havia trazido o singular An Education, realiza One Day, um daqueles filmes com a capacidade de nos fazer debruçar sobre a nossa própria existência.
Imperdível!
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Chinela no Cinema
"O Estado Sou Eu"
Sim: esta frase parece saída dum regime absolutista, mais concretamente dum regime francês de há uns séculos. Mas a frase não podia ser mais transparente e mais aplicável a um estado ideal.
Num estado ideal a liberdade individual termina onde começa a liberdade de outrem. Assim sendo, o ideal seria cada pessoa governar-se a si própria e prescindir dum Governo que o faça. Diz-se que o Governo o faz para o bem comum, para regular o espaço comum dos indivíduos, mas se cada cidadão se regulasse a si próprio, haveria necessidade dum dito Governo?
A questão é: será uma utopia que cada um consiga definir quais os limites entre a liberdade duns e doutros e que essa definição seja concordante?
Num estado ideal a liberdade individual termina onde começa a liberdade de outrem. Assim sendo, o ideal seria cada pessoa governar-se a si própria e prescindir dum Governo que o faça. Diz-se que o Governo o faz para o bem comum, para regular o espaço comum dos indivíduos, mas se cada cidadão se regulasse a si próprio, haveria necessidade dum dito Governo?
A questão é: será uma utopia que cada um consiga definir quais os limites entre a liberdade duns e doutros e que essa definição seja concordante?
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Chinela a Divagar
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Portugal e Cabo Verde
Entrevista - Jorge Carlos Fonseca, Presidente da República de Cabo Verde
"Cabo Verde e Portugal podem fazer mais ao nível cultural e empresarial"
Jorge Carlos Fonseca toma hoje posse como presidente da República de Cabo Verde. Em entrevista, defende que o seu país deve aumentar mais rapidamente o ritmo do crescimento económico.
Jorge Carlos Fonseca surpreendeu na segunda volta das eleições presidenciais cabo-verdianas ao derrotar Manuel Inocêncio, o candidato apoiado pelo PAICV, o partido no governo.
Em entrevista por escrito ao Negócios, diz que o turismo, a hotelaria, as Obras Públicas e a consultoria são boas oportunidades de investimento no seu país. E promete ser "uma mais-valia na governação" de Cabo Verde.
Como é que perspectiva o relacionamento entre Portugal e Cabo Verde?
O relacionamento, nos últimos anos, entre Cabo Verde e Portugal merece uma nota muito positiva, embora esteja consciente de que podemos trabalhar ainda bastante no sentido de aprofundar mais intensamente os nossos laços. Ao nível político, diplomático ou institucional, o nosso relacionamento encontra-se perfeitamente maduro. Mas podemos fazer mais ao nível cultural, empresarial e também no que toca à integração das nossas comunidades. O bom relacionamento com Portugal é algo que procurarei estimular permanentemente durante o exercício do meu mandato.
O investimento português em Cabo Verde está estagnado? Em que áreas pode ser incrementado?
O investimento português em Cabo Verde é sempre bem-vindo. Sabemos que o actual contexto económico-financeiro não é o mais propício para o investimento. A situação de crise em Portugal é conhecida, mas estou convicto de que o governo português e as empresas portuguesas serão capazes de encontrar o rumo mais adequado para sair da crise. Quanto às áreas, eu julgo que as oportunidades existem de forma diversificada e abrangente. Do turismo à hotelaria, às obras públicas, passando por consultorias especializadas em diversos domínios, as oportunidades existem.
Está satisfeito com o nível de desenvolvimento do país? Em que sectores considera necessário reforçar a aposta?
Cabo Verde desenvolveu-se bastante nos últimos 20 anos, mas há ainda um longo caminho a percorrer. Quero que deixe de ser um país subdesenvolvido no mais curto período de tempo. Para isso, precisamos de aumentar o ritmo de crescimento económico - actualmente é de 4% ao ano - ao longo de um período relativamente prolongado no tempo. Só assim conseguiremos aumentar o emprego e garantir um país melhoras gerações vindouras. O governo deve ser responsável por definir esses sectores, mas o que posso dizer é o seguinte: devemos ser capazes de aproveitar a capacidade de investimento das nossas comunidades imigrantes, elas serão a alavanca principal de investimento em Cabo Verde nos próximos anos.
Que papel Cabo Verde deve desempenhar na CPLP? Concorda com a adesão plena da Guiné Equatorial à CPLP?
Cabo Verde pode desempenhar um papel importante ao nível do diálogo político e diplomático. Tenho uma ideia pessoal relativamente à CPLP: entendo que ela deve ser mais uma Comunidade de Povos do que uma Comunidade de Países ou Estados. Questões como a livre circulação de pessoas não deve ser excluída no espaço dessa comunidade... Por que não abrir a discussão a esse assunto? Quanto à Guiné Equatorial, devo dizer com toda a frontalidade que devemos encarar à nossa relação com os países africanos de forma totalmente descomplexada, nunca olvidando a nossa especificidade, o nosso modo de estar no mundo, com os nossos valores e princípios. Se a Guiné Equatorial reunir Condições objectivas, condições políticas, de regime, que lhe permitam aderir à CPLP, não vejo porque o assunto não possa ser discutido e decidido abertamente. Neste momento, julgo que não existem condições objectivas, designadamente ao nível da utilização da língua portuguesa, quer por parte da população, quer por parte da administração do Estado, mas igualmente no que toca a pressupostos atinentes a valores, princípios e ideário minimamente comuns que pudessem favorecer uma tal solução.
Como é que será o seu relacionamento com o governo, levando em linha de conta que o PAICV apoiou outro candidato?
O meu relacionamento será de cooperação leal. Trabalharei em estreita cooperação com o governo naquilo que seja o cumprimento do seu programa eleitoral, legitimamente sufragado pelos cabo-verdianos em Fevereiro deste ano. Não sou o presidente da oposição. Sou um presidente actuante, atento ao país real, empenhado no crescimento económico do meu país e na melhoria objectiva, palpável e mensurável da qualidade de vida dos cabo-verdianos. A minha equidistância é absoluta, quer em relação ao partido do governo, quer em relação aos partidos da oposição.
Mas tal não pode significar alheamento perante os desafios e problemas. Exercerei uma magistratura de influência, política e moral, activa, no quadro das competências que a constituição confere ao presidente da República. O que deve traduzir-se, sempre que necessário, numa mais-valia para a governação. Uma voz, de qualquer modo, diferente, autónoma, construtiva.
Portugal é o principal fornecedor
Em 2010, o investimento português em Cabo verde cresceu 184,8% face a 2009, situando-se nos 30,9 milhões de euros. A construção absorve a fatia de leão dos Investimentos, representando 43,5% do total. A par deste aumento de IDE (investimento directo estrangeiro), o valor em causa está ainda muito distante dos 56,345 milhões de euros que foram contabilizados no ano de 2006. Em termos de balança comercial, Portugal tem sido, nos últimos cinco anos - de 2006 a 2010 -, o primeiro fornecedor de Cabo verde, tendo as exportações atingido os 263,4 milhões de euros.
2011-09-09 08:17
Celso Filipe, Jornal de Negócios
"Cabo Verde e Portugal podem fazer mais ao nível cultural e empresarial"
Jorge Carlos Fonseca toma hoje posse como presidente da República de Cabo Verde. Em entrevista, defende que o seu país deve aumentar mais rapidamente o ritmo do crescimento económico.
Jorge Carlos Fonseca surpreendeu na segunda volta das eleições presidenciais cabo-verdianas ao derrotar Manuel Inocêncio, o candidato apoiado pelo PAICV, o partido no governo.
Em entrevista por escrito ao Negócios, diz que o turismo, a hotelaria, as Obras Públicas e a consultoria são boas oportunidades de investimento no seu país. E promete ser "uma mais-valia na governação" de Cabo Verde.
Como é que perspectiva o relacionamento entre Portugal e Cabo Verde?
O relacionamento, nos últimos anos, entre Cabo Verde e Portugal merece uma nota muito positiva, embora esteja consciente de que podemos trabalhar ainda bastante no sentido de aprofundar mais intensamente os nossos laços. Ao nível político, diplomático ou institucional, o nosso relacionamento encontra-se perfeitamente maduro. Mas podemos fazer mais ao nível cultural, empresarial e também no que toca à integração das nossas comunidades. O bom relacionamento com Portugal é algo que procurarei estimular permanentemente durante o exercício do meu mandato.
O investimento português em Cabo Verde está estagnado? Em que áreas pode ser incrementado?
O investimento português em Cabo Verde é sempre bem-vindo. Sabemos que o actual contexto económico-financeiro não é o mais propício para o investimento. A situação de crise em Portugal é conhecida, mas estou convicto de que o governo português e as empresas portuguesas serão capazes de encontrar o rumo mais adequado para sair da crise. Quanto às áreas, eu julgo que as oportunidades existem de forma diversificada e abrangente. Do turismo à hotelaria, às obras públicas, passando por consultorias especializadas em diversos domínios, as oportunidades existem.
Está satisfeito com o nível de desenvolvimento do país? Em que sectores considera necessário reforçar a aposta?
Cabo Verde desenvolveu-se bastante nos últimos 20 anos, mas há ainda um longo caminho a percorrer. Quero que deixe de ser um país subdesenvolvido no mais curto período de tempo. Para isso, precisamos de aumentar o ritmo de crescimento económico - actualmente é de 4% ao ano - ao longo de um período relativamente prolongado no tempo. Só assim conseguiremos aumentar o emprego e garantir um país melhoras gerações vindouras. O governo deve ser responsável por definir esses sectores, mas o que posso dizer é o seguinte: devemos ser capazes de aproveitar a capacidade de investimento das nossas comunidades imigrantes, elas serão a alavanca principal de investimento em Cabo Verde nos próximos anos.
Que papel Cabo Verde deve desempenhar na CPLP? Concorda com a adesão plena da Guiné Equatorial à CPLP?
Cabo Verde pode desempenhar um papel importante ao nível do diálogo político e diplomático. Tenho uma ideia pessoal relativamente à CPLP: entendo que ela deve ser mais uma Comunidade de Povos do que uma Comunidade de Países ou Estados. Questões como a livre circulação de pessoas não deve ser excluída no espaço dessa comunidade... Por que não abrir a discussão a esse assunto? Quanto à Guiné Equatorial, devo dizer com toda a frontalidade que devemos encarar à nossa relação com os países africanos de forma totalmente descomplexada, nunca olvidando a nossa especificidade, o nosso modo de estar no mundo, com os nossos valores e princípios. Se a Guiné Equatorial reunir Condições objectivas, condições políticas, de regime, que lhe permitam aderir à CPLP, não vejo porque o assunto não possa ser discutido e decidido abertamente. Neste momento, julgo que não existem condições objectivas, designadamente ao nível da utilização da língua portuguesa, quer por parte da população, quer por parte da administração do Estado, mas igualmente no que toca a pressupostos atinentes a valores, princípios e ideário minimamente comuns que pudessem favorecer uma tal solução.
Como é que será o seu relacionamento com o governo, levando em linha de conta que o PAICV apoiou outro candidato?
O meu relacionamento será de cooperação leal. Trabalharei em estreita cooperação com o governo naquilo que seja o cumprimento do seu programa eleitoral, legitimamente sufragado pelos cabo-verdianos em Fevereiro deste ano. Não sou o presidente da oposição. Sou um presidente actuante, atento ao país real, empenhado no crescimento económico do meu país e na melhoria objectiva, palpável e mensurável da qualidade de vida dos cabo-verdianos. A minha equidistância é absoluta, quer em relação ao partido do governo, quer em relação aos partidos da oposição.
Mas tal não pode significar alheamento perante os desafios e problemas. Exercerei uma magistratura de influência, política e moral, activa, no quadro das competências que a constituição confere ao presidente da República. O que deve traduzir-se, sempre que necessário, numa mais-valia para a governação. Uma voz, de qualquer modo, diferente, autónoma, construtiva.
Portugal é o principal fornecedor
Em 2010, o investimento português em Cabo verde cresceu 184,8% face a 2009, situando-se nos 30,9 milhões de euros. A construção absorve a fatia de leão dos Investimentos, representando 43,5% do total. A par deste aumento de IDE (investimento directo estrangeiro), o valor em causa está ainda muito distante dos 56,345 milhões de euros que foram contabilizados no ano de 2006. Em termos de balança comercial, Portugal tem sido, nos últimos cinco anos - de 2006 a 2010 -, o primeiro fornecedor de Cabo verde, tendo as exportações atingido os 263,4 milhões de euros.
2011-09-09 08:17
Celso Filipe, Jornal de Negócios
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Chinela: Cabo Verde
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Destruição
"Os amantes se amam cruelmente
E com se amarem tanto não se vêem:
Um se beija no outro, reflectido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.
Amantes são meninos estragados
Pelo mimo de amar: e não percebem
Quanto se pulverizam no enlaçar-se,
E como o que era mundo volve a nada.
Nada, ninguém. Amor, puro fantasma
Que os passeia de leve, assim a cobra
Se imprime na lembrança do seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
Deixaram de existir, mas o existido
Continua a doer eternamente."
Carlos Drummond de Andrade
E com se amarem tanto não se vêem:
Um se beija no outro, reflectido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.
Amantes são meninos estragados
Pelo mimo de amar: e não percebem
Quanto se pulverizam no enlaçar-se,
E como o que era mundo volve a nada.
Nada, ninguém. Amor, puro fantasma
Que os passeia de leve, assim a cobra
Se imprime na lembrança do seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
Deixaram de existir, mas o existido
Continua a doer eternamente."
Carlos Drummond de Andrade
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Amor - Pois Que É Palavra Essencial
"Amor - pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.
E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.
E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.
Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.
Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre."
Carlos Drummond de Andrade
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.
E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.
E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.
Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.
Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre."
Carlos Drummond de Andrade
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Ausência
"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
Carlos Drummond de Andrade
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."
Carlos Drummond de Andrade
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Falam de Nós na Cidade
"Falam de nós na cidade
Porque dizem que te ofereço
Coisas de que não disponho,
Como se fosse maldade
Dar-te os olhos para berço
E os cabelos para sonho.
Dizem que quando eu me deito
Contigo, uma lua negra
Vem fazer o casamento.
Como se fosse defeito
Saber que a vida não chega
Para o nosso sentimento.
Lá porque o nosso passeio
É uma fuga das grades
Que em cada gesto partimos.
Dão um nome muito feio
Àquelas intimidades
Em que ficando, fugimos.
Dizem que este desatino
É a maldita lembrança
Do pecado original?
Eu só sei que isto é destino
E mesmo que seja herança
É legado natural.
Porque é virtude tocar-te
Tu és mais puro que um deus
Purificas o que afagas.
Meu amor só de afagar-te
A minha mão chega aos céus
E sou mais forte que as pragas."
Natália Correia
Porque dizem que te ofereço
Coisas de que não disponho,
Como se fosse maldade
Dar-te os olhos para berço
E os cabelos para sonho.
Dizem que quando eu me deito
Contigo, uma lua negra
Vem fazer o casamento.
Como se fosse defeito
Saber que a vida não chega
Para o nosso sentimento.
Lá porque o nosso passeio
É uma fuga das grades
Que em cada gesto partimos.
Dão um nome muito feio
Àquelas intimidades
Em que ficando, fugimos.
Dizem que este desatino
É a maldita lembrança
Do pecado original?
Eu só sei que isto é destino
E mesmo que seja herança
É legado natural.
Porque é virtude tocar-te
Tu és mais puro que um deus
Purificas o que afagas.
Meu amor só de afagar-te
A minha mão chega aos céus
E sou mais forte que as pragas."
Natália Correia
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segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Saudade
"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."
Pablo Neruda
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."
Pablo Neruda
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quinta-feira, 1 de setembro de 2011
The End Of A Wonderful Journey
On bended knee is no way to be free
Lifting up an empty cup, I ask silently
All my destinations will accept the one that's me
So I can breathe...
Circles they grow and they swallow people whole
Half their lives they say goodnight to wives they'll never know
A mind full of questions, and a teacher in my soul
And so it goes...
Don't come closer or I'll have to go
Holding me like gravity are places that pull
If ever there was someone to keep me at home
It would be you...
Everyone I come across, in cages they bought
They think of me and my wandering, but I'm never what they thought
I've got my indignation, but I'm pure in all my thoughts
I'm alive...
Wind in my hair, I feel part of everywhere
Underneath my being is a road that disappeared
Late at night I hear the trees, they're singing with the dead
Overhead...
Leave it to me as I find a way to be
Consider me a satellite, forever orbiting
I knew all the rules, but the rules did not know me
Guaranteed
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